sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Espelho, espelho meu...


Isto de já ter 40 anos tem o que se lhe diga...  Os anos vão passando e mal damos pelo desfile. De repente acordamos com 40 anos e pensamos "como é possível?" "como cheguei até aqui quase sem dar por isso?".

Acredito que quem tem filhos, o que não é o meu caso, deve ter maior percepção do passar dos anos. O nascimento, as fraldas, os primeiros passos, a ida para a escola, o fim do primeiro ciclo e por aí fora, devem dar às mamãs a noção do crescimento das suas crias e consequentemente do seu envelhecimento (que termo horroroso - detesto!). Não vou usar. Esqueçam...
... e consequentemente do passar do anos sobre si próprias.  O facto de se ter uma vida pessoal estável e estimulante também não contribui para essa percepção. Se estamos bem com o nosso parceiro, o que é o meu caso, os anos passam ligeirinhos e mansamente, o dia a dia reveste-se de naturalidade e harmonia, o que faz com que nos sintamos eternamente jovens e atraentes aos olhos dos nossos amados.   Nada que se pareça com 40 anos, nem por sombras...

A verdadeira chatice da minha vida pessoal é o espelho! Raios, que todos os dias olho para ele e ele devolve-me o olhar... e pronto... é aí que acordamos um dia com 40 anos. Por muito que o tentemos enganar, com muita base, muito pó, muito mata olheiras, o raio do espelho parece que é encantado e reflete sempre a verdadeira dimensão dos nossos papos, das nossas rugas, das manchinhas e companhia...

Fora isso, a vida aos 40 é tão boa como a vida aos 30. Já não digo aos 20 porque, de facto, precisamos de ir aprendendo qualquer coisinha e uma mulher com 30 está a viver o apogeu.  "A MUHER" de 30 tem o melhor dos dois mundos, o melhor do mundo físico,  e um muito bom no mundo da cabecinha. Aos 40 temos a experiência, o conhecimento de nós e dos outros que nos permite viver melhor e de forma mais "saudável" mas, no mundo físico, ficamo-nos com um razoável.  Como eu dizia, fora isso estamos muito bem.  Eu faço escolhas mais acertadas em relação ao meu bem estar, tenho melhor alimentação, dou mais valor e tenho mais apreço pelo que me rodeia, bens materiais incluídos, valorizo mais as pessoas de quem gosto, os amigos, o amor dos meus animais...

Pronto, o que eu queria já toda a gente percebeu, 40 anos na cabeça e 30 no corpinho!
Mas "that's life" e assim não funciona, acho eu... por isso, "bora lá" viver bem com os quarentas e com o espelho e com as rugas e os papos e com os outros e com a nossa vida e com o que aprendemos e... "bora lá"!